“Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” (Provérbios 27.6)
Com quem você se importa mais? Com as pessoas ou com as
coisas? O que tem ocupado o seu coração? O relacionamento com as pessoas ou com as coisas?
Há algum tempo li a sinopse do filme O enigma de Gaspar Hauser, um jovem que passou os primeiros dezesseis anos de sua vida preso num porão, na cidade de Nuremberg – Alemanha. Sem contato algum com outras pessoas, exceto uma, que levava água e alimento enquanto ele dormia. Ao ser encontrado numa praça da cidade, o jovem estava sobressaltado, os olhos assustados. Não sabia falar, embora com a capacidade orgânica para isso. Felizmente um professor o adotou e, juntos deram início ao processo de socialização da linguagem.
Deus nos criou como seres sociais (Gênesis 2.18). Nossa necessidade de outras pessoas é mais forte, em especial, na igreja. Temos a oportunidade de estarmos juntos, encontrando força e encorajando um ao outro. Uma pessoa sem amigo não tem com quem compartilhar os momentos bons e ruins da vida. Amizades cristãs são marcadas pela troca de alegria, adoração, sofrimento, oração, confissão e prestação de contas.
Se perguntarmos a qualquer pessoa o quanto os amigos são importantes, a resposta virá, com certeza, imediatamente: “muito!”
Construir a verdadeira amizade leva tempo, investimento, e a coragem de correr riscos. As marcas da verdadeira amizade constroem resultados indeléveis, pois moldam o caráter e a reputação de forma positiva, há mais solidariedade nos
relacionamentos e, além do mais lhes oferece estabilidade e compromisso.
Quando você se importa com alguém, fica tentado a não falar a verdade – especialmente se ela magoa. Às vezes, pode ter vontade de omitir a verdade sobre você, pois quer parecer tão bom ou boa quanto possível. No entanto, as melhores amizades são aquelas em que os envolvidos procuram firmar a fé e se
encorajam a fortalecê-la. Dá trabalho, mas quando você a alimenta, se beneficia por ter alguém com quem compartilhar e de quem receber a correção necessária.
Os parentes são obrigados a compartilhar os problemas uns dos outros, pois são da família. Contudo, esse senso de obrigação, muitas vezes, não lhes permite experimentar com seus familiares a intimidade que se tem com os verdadeiros amigos. Isso é uma grande bênção – desenvolver amizades significativas com pessoas que podem se tornar como membros da família.
A Bíblia relata a história de duas mulheres em que o compromisso e a lealdade foram os elementos marcantes da grande amizade entre ambas – Rute e sua sogra Noemi. Depois de passar a dor de uma perda, continuaram comprometidas uma com a outra. Mesmo pertencendo a gerações, culturas e religiões diferentes.
Vale a pena todo o esforço, à medida que se supera as diferenças com o outro, o próprio caráter é aperfeiçoa do tornando-se semelhante ao de Cristo.